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Desde que foi lançada a ideia do Projeto Angra Doce, nome dado à região que compreende os municípios lindeiros e próximos ao reservatório da represa Chavantes, diversas frentes de ação têm sido montadas. Está em curso, por exemplo, um levantamento dos atrativos turísticos, assim como foi montada uma força tarefa em prol da pesca turística e sustentável, que envolve desde o acompanhamento das solturas programadas de espécimes nativos pela Duke Energy (concessionária da barragem) até o combate à pesca predatória. Seminários de sensibilização e esclarecimento sobre o Projeto também estão acontecendo nas cidades da Angra Doce. Até agora, cinco encontros foram realizados, sob a coordenação do escritório político do deputado federal, Capitão Augusto Rosa.

O mais novo fruto dessa iniciativa, que tem agregado sociedade civil e poder público dos Estados Paraná e São Paulo, foi a aproximação do Programa de Cidades do Pacto Global das Nações Unidas. Motivados pelo Governo do Estado do Paraná a se integrar ao Angra Doce, depois que viram a recente reportagem do jornalista Fernando Gabeira na Globo News apresentando nossa região para todo o Brasil, o Programa Cidades tem aberto novas perspectivas para o desenvolvimento regional.

O mentor do Angra Doce e autor do projeto de lei federal que cria oficialmente essa área na geografia nacional, deputado federal Capitão Augusto Rosa, vê com bons olhos mais essa parceria: “sabíamos que quando começássemos a dar ampla visibilidade a essa região belíssima que cerca a represa de Chavantes, agora batizada de Angra Doce, muitas oportunidades para o desenvolvimento sócio-econômico regional surgiriam”, afirmou.

CIDADES SIGNATÁRIAS - Para o programa de Cidades colaborar com o Angra Doce é necessário que os municípios que o integram – cerca de 18 – sejam signatários dos 10 princípios do Pacto Global da ONU (confira no final desta matéria). A primeira cidade a aderir foi Ourinhos. Dia 18 de maio, a prefeita Belkis Gonçalves Santos Fernandes assinou o termo de compromisso. Sua intenção é capacitar Ourinhos para galgar os outros dois níveis: Cidade Líder e Cidade Inovadora, condições que podem dar acesso a investimentos e recursos, inclusive internacionais.

Os municípios da Angra Doce do lado paranaense deverão se tornar signatários nas próximas semanas, num encontro que será marcado exclusivamente para esse fim, informa Rosane de Souza, representante do Programa da ONU, que por várias vezes esteve na região esclarecendo sobre o funcionamento e benefícios do Programa.

Do lado paulista, as demais cidades que compõem o Angra Doce serão convidadas a também aderir em encontro que será marcado ainda para o mês de maio na Prefeitura de Ourinhos, adiantou a prefeita Belkis.

ACADEMIA - No dia 19 de maio, aconteceu ainda em Ourinhos a reunião entre representantes das universidades públicas Unesp e Uenp, no campus da Unesp de Ourinhos, com a participação de Rosane de Souza do Programa Cidades da ONU e do coordenador de Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná, Evandro Razzoto. No contexto do Angra Doce e a partir de uma das diretrizes metodológicas do Programa Cidades que pressupõe a participação da Academia, Unesp e Uenp já decidiram sobre um acordo de cooperação científica mútuo para desenvolverem em parceria estudos e pesquisas diversos que servirão de substrato a outros tantos sub-projetos que beneficiarão os municípios da Angra Doce.

As duas universidades públicas deverão compor também, juntamente com outras representações dos setores público e privado dos dois Estados, uma governança multi-setorial regional.

PARANÁ EM AÇÃO - Assim que soube do Projeto Angra Doce, o Governo do Paraná mobilizou 5 secretarias de Estado, lideradas pela Secretaria de Planejamento, de forma que fosse dada uma rápida resposta quanto a investimentos na infraestrutura da região do lado paranaense. Estudos preliminares foram feitos e a curto prazo já se sabe que o Paraná deverá investir acima de 10 milhões em obras e equipamentos de infraestrutura voltada ao turismo. Esse projeto inicial deverá ser anunciado oficialmente em breve pelo próprio Governo. Uma das ideias, é estruturar três polos de turismo na região: a prainha da Cachoeira em Ribeirão Claro, a ilha do Ponciano em Carlópolis e a prainha da Alemoa em Siqueira Campos, três cidades integrantes da Angra Doce.

Esses primeiros investimentos seriam em acessos rodoviários e na infraestrutura turística dos locais, com implantação de estacionamentos, guarda-vidas, pier para embarcações, banheiros, segurança, restaurantes, postos de informações e apoio ao turista, entre outros equipamentos. Outra ideia é criar uma logística de navegação ligando os três polos através do lago da represa.

SÃO PAULO - O deputado federal Capitão Augusto pretende agora sensibilizar o Governo do Estado de São Paulo para que também invista na Angra Doce do lado paulista. Articulações com prefeitos, deputados estaduais e secretários estaduais de pastas correlatas foram iniciadas e em breve a margem de São Paulo da Angra Doce também deverá ganhar novas perspectivas de investimentos.

FOTO: A primeira cidade a aderir ao projeto foi Ourinhos, com a assinatura do termo de compromisso pela prefeita Belkis Fernandes